Questões para identificar premissas e conclusão em textos complexos
Julgar se a vida vale ou não a pena ser vivida é responder à pergunta fundamental da filosofia.[…] Se eu me pergunto por que julgo que tal questão é mais premente que tal outra, respondo que é pelas ações a que ela se compromete.[…] Galileu, que sustentava uma verdade científica importante, abjurou dela com a maior tranquilidade assim que viu sua vida em perigo. Em certo sentido, fez bem. Essa verdade não valia o risco da fogueira.[…] Mas vejo, em contrapartida, que muitas pessoas morrem porque consideram que a vida não vale a pena ser vivida. Vejo outros que, paradoxalmente, deixam-se matar pelas ideias ou ilusões que lhes dão uma razão de viver […]. Julgo, então, que o sentido da vida é a mais premente das perguntas.
CAMUS, Albert. O mito de Sísifo. Rio de Janeiro: Record, 2014, p. 18.
Por esses dois meios, podemos conhecer a diferença que reside entre os homens e os animais: é uma coisa bem observável o fato de não existirem homens tão alucinados nem tão estúpidos - incluindo mesmo os doentes mentais -, que não sejam capazes de juntar algumas palavras e de compor com elas um discurso pelo qual tornem compreensíveis seus pensamentos. Por outro lado, também é observável que nenhum outro animal é tão perfeito e tão bem produzido, que pudesse ser semelhante ao homem. E isso não acontece porque lhes faltam órgãos, afinal, vemos que as pegas e os papagaios podem dizer palavras tanto quanto nós, mas não podem falar como nós falamos, ou seja, falar dando uma prova de que eles pensam o que dizem. Isso não mostra somente que os animais têm menos razão do que os homens, mas que eles não têm nada parecido com uma razão.
DESCARTES, R. Discurso do método, 5~ parte, § 11. Trad. Juvenal Savian Filho, a partir da edição Gallimard (Paris, 2009) p. 41
Segundo fontes históricas, Hitler teria declarado a um jornalista em 1922:
“Assim que eu realmente estiver no poder, minha primeira e mais importante tarefa será a aniquilação dos judeus. Tão logo eu tenha o poder de fazer isso, eu terei forcas construídas em fileiras – na Marienplatz em Munique, por exemplo, tantas quantas o tráfego permitir. Então os judeus serão enforcados indiscriminadamente, e eles continuarão pendurados até federem; eles ficarão pendurados lá tanto tempo quanto os princípios da higiene permitirem. Assim que eles tiverem sido desamarrados, o próximo lote será enforcado, e assim por diante da mesma maneira, até que o último judeu em Munique tiver sido exterminado. Outras cidades farão o mesmo, precisamente dessa maneira, até que toda a Alemanha tenha sido completamente limpa de judeus”.
Ontem, em Roma, Adam Nordwell, o chefe índio da tribo Chippewa, protagonizou uma reviravolta interessante. Ao descer do avião, proveniente da Califórnia, vestido com todo o esplendor tribal, Nordwell anunciou, em nome do povo índio americano, que tomava posse da Itália “por direito de descoberta”, tal como Cristóvão Colombo fizera quando chegara à América. “Proclamo este o dia da descoberta da Itália.”, disse Nordwell. “Que direito tinha Colombo de descobrir a América quando esta já era habitada pelo seu povo há milhares de anos? O mesmo direito tenho eu agora de vir à Itália proclamar a descoberta do vosso país.